Votação é encerrada na Bolívia; candidatos de direita e de centro-direita disputam a presidência

  • 19/10/2025
(Foto: Reprodução)
Povo aimará faz fila para votar neste domingo, 19 de outubro, durante o segundo turno da eleição presidencial na Bolívia. MARTIN BERNETTI/ AFP Os bolivianos votaram neste domingo (19) para eleger o novo presidente. Os primeiros resultados devem sair nas próximas horas. Independentemente do vencedor, o país viverá uma grande mudança. Isso porque os dois candidatos são de direita, e o país é governado por políticos de esquerda há 20 anos. Estão na disputa Rodrigo Paz, nome de centro-direita que surpreendeu ao ser o mais votado no primeiro turno, e o ex-presidente Jorge Tuto Quiroga, de direita. ➡️ Independentemente do resultado, país terá uma guinada à direita. Ao votar neste domingo, Rodrigo Paz disse que este é um momento histórico e pediu que a população comparecesse às urnas. "O que o povo decidir, com transparência e o trabalho sólido do nosso Tribunal Supremo Eleitoral, deve ser respaldado e apoiado para que o país possa seguir em frente com fé e esperança de que cada voto conta. Quero agradecer por me darem esta oportunidade. Viva a Bolívia", disse Paz. Rodrigo Paz, candidato de centro, registrou seu voto em Tarija neste domingo (19) Paz é do Partido Democrata Cristão e quer conquistar os eleitores frustrados com a esquerda por meio de propostas mais moderadas para neutralizar a polarização no país. Filho de um ex-presidente, Jaime Paz Zamora, ele indicou que está disposto a dialogar com o governo Lula. O senador e candidato Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão, mostra sua cédula de votação antes de votar neste domingo (19) REUTERS/Sara Aliaga Tuto Quiroga afirmou que a Bolívia vive o fim de um ciclo. "É um dia em que temos o instrumento mais poderoso em nossas mãos: o voto. Com nossos votos, temos a oportunidade de pôr fim a 20 anos de violência destrutiva, que deixou a economia em uma crise profunda”, afirmou. Tuto Quiroga acena para apoiadores enquanto acompanha seu companheiro de chapa à vice-presidência, Juan Pablo Velasco RODRIGO URZAGASTI / AFP Quiroga pertence à Aliança Liberdade e Democracia, já foi ministro no governo do pai de Rodrígo Paz e presidente interino da Bolívia em 2001, no último governo antes da ascensão da esquerda. Ele é um dos maiores opositores do ex-presidente Evo Morales e está mais à direita do que Rodrigo Paz. Em suas propostas, buscou estar mais alinhado a nomes como os presidentes de El Salvador, Nayib Bukele, e do Equador, Daniel Noboa. Candidato conservador Jorge "Tuto" Quiroga vota no 2º turno presidencial da Bolívia Alvo de mandado de prisão, Evo prega voto nulo Fora da disputa, Evo pregou voto nulo. "Ambos representam um punhado de pessoas na Bolívia, não representam o movimento popular, muito menos o movimento indígena. Estamos aqui para cumprir a democracia. Votamos, mas não viemos para eleger", disse. O ex-presidente votou em Cochabamba, região onde vive protegido por uma guarda indígena, segundo a agência de notícias AFP, desde que uma ordem de prisão contra ele foi emitida devido a uma acusação de tráfico de menor de idade, que ele nega. O ex-presidente boliviano Evo Morales mostra sua cédula à imprensa antes de votar no segundo turno eleitoral neste domingo (19) REUTERS/Patricia Pinto O atual presidente, Luis Arce, rompeu com Evo Morales, e esse racha foi crucial para deixar a esquerda sem representantes no segundo turno. O país também vive uma grave crise econômica, que pesou no cenário eleitoral. "O povo é quem decide, e todos os candidatos devem aceitar os resultados que o povo boliviano ditar nas urnas", afirmou Arce ao votar. Fim de 20 anos da esquerda no poder Como a direita chegou ao poder na Bolívia após 20 anos Com falta de dólares e de combustíveis, além de uma inflação em 12 meses que ultrapassa os 23%, os eleitores deixaram para trás no primeiro turno o partido Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales, dominante no país por duas décadas. Assim terminará uma era iniciada por Morales em 2006 e encerrada por seu sucessor e hoje adversário Luis Arce. Sob a esquerda e o MAS, a Bolívia viveu um ciclo que passou da bonança proporcionada pela nacionalização do gás à queda dramática da produção do recurso que praticamente secou a fonte de divisas. Hoje, são comuns as longas filas nos postos de gasolina ou para se receber arroz ou óleo subsidiados na pior crise que o país de 11,3 milhões de habitantes enfrenta em quatro décadas.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/19/candidatos-na-bolivia-pedem-que-povo-compareca-as-urnas.ghtml


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