'Se não pegarem os ladrões nas próximas 48h, as joias provavelmente desaparecerão': a corrida contra o tempo pelas peças roubadas no Louvre

  • 20/10/2025
(Foto: Reprodução)
Oito joias da coroa francesa foram roubadas no Museu do Louvre no último domingo AFP via BBC As autoridades francesas estão em uma corrida contra o tempo para encontrar os ladrões que roubaram peças de valor incalculável do Museu do Louvre, em Paris, no último domingo (19), já que as joias podem ser desmontadas e saírem ilegalmente do país. Os criminosos, armados com ferramentas elétricas, entraram em plena luz do dia no museu mais visitado do mundo e roubaram oito joias de grande valor, entre elas um colar de diamantes e esmeraldas que o imperador Napoleão deu à sua esposa. O Louvre anunciou que permaneceria fechado nesta segunda-feira (20) enquanto as investigações continuam. "É certo que falhamos, já que alguém conseguiu estacionar um caminhão-guindaste em pleno centro de Paris e subir nele em poucos minutos para levar joias de valor incalculável", declarou o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, à emissora France Inter. O ministro acrescentou estar confiante de que a polícia acabará prendendo os criminosos. Roubo no Louvre: o que se sabe sobre o crime que fechou o museu mais visitado do mundo ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Contudo, o diretor de uma organização especializada na localização e recuperação de obras de arte roubadas alertou que, se os ladrões não forem detidos nas próximas 24 a 48 horas, as joias roubadas provavelmente "desaparecerão para sempre". "Há uma corrida contra o tempo acontecendo agora", disse Chris Marinello, diretor executivo da Art Recovery International. Imprensa francesa revela 1ª imagem do roubo no Louvre As coroas e tiaras roubadas no assalto podem ser facilmente desmontadas e vendidas em pedaços. Os ladrões "não vão mantê-las intactas, vão quebrá-las, derreter o metal valioso, cortar as pedras preciosas e esconder as provas do crime", explicou Marinello, que afirma que seria difícil vender essas joias em seu estado original. A polícia francesa "sabe que, se não prender os ladrões nas próximas 24 a 48 horas, é provável que essas peças já tenham desaparecido", ressaltou. "Talvez consigam prender os criminosos, mas não recuperarão as joias." Os meios de comunicação franceses informaram que uma avaliação preliminar do Tribunal de Contas (que vai ser publicada em novembro) revelou que um terço das salas da ala onde o roubo aconteceu não possui câmeras de vigilância. O assalto também levou as autoridades na França a reforçar a segurança nas instituições culturais do país, segundo informaram os assessores do ministro do Interior do país, Laurent Nuñez. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, após uma reunião com a polícia e vários ministros, e acontece depois do ministro da Justiça afirmar que os protocolos de segurança "falharam" em impedir o roubo, o que deu ao país uma "imagem terrível". Nuñez disse estar ciente da "grande vulnerabilidade" da segurança dos museus na França. Veja imagens das joias roubadas no museu do Louvre  Um assalto em 7 minutos O roubo ocorreu no domingo, entre as 09:30 e as 09:40, hora local (04:30 e 04:40 no horário de Brasília), pouco depois da abertura do museu aos visitantes. Quatro ladrões utilizaram um elevador mecânico montado em um veículo para acessar a Galerie d'Apollon (Galeria de Apolo) através de uma varanda próxima ao rio Sena. As imagens do local mostravam uma escada montada em um veículo levando até uma janela do primeiro andar. Dois dos ladrões cortaram os vidros com um cortador de disco alimentado por bateria e entraram no museu. Em seguida, ameaçaram os guardas — que evacuaram o prédio. Os criminosos quebraram as vitrines e roubaram as joias, que juntas continham milhares de diamantes e pedras preciosas. O crime durou apenas sete minutos. Quando os alarmes do museu começaram a tocar, a equipe do museu seguiu o protocolo previsto, entrando em contato com as forças de segurança e protegendo os visitantes, conforme informou o Ministério da Cultura em um comunicado. Os criminosos tentaram ainda incendiar o veículo do lado de fora, mas foram impedidos por um funcionário do museu. No total, oito joias foram roubadas, entre elas um colar de esmeraldas e diamantes que Napoleão deu à esposa, a imperatriz Maria Luisa. Também foram levadas uma tiara que pertenceu à imperatriz Eugenia, esposa de Napoleão 3, que continha quase 2000 diamantes. E um colar que pertenceu a Maria Amelia, a última rainha da França, contendo oito safiras e 631 diamantes. Exclusivo: vídeo de brasileira registra pancadas dos ladrões na janela do Museu do Louvre Lamentos O presidente da França, Emmanuel Macron, descreveu o roubo como um "ataque a um patrimônio que apreciamos porque é nossa história". Nathalie Goulet, membro da comissão de Finanças do Senado francês, disse que esse é um episódio "muito doloroso" para a França. "Todos estamos decepcionados e irritados", declarou à BBC, acrescentando que é "difícil entender como isso pôde acontecer tão facilmente". Goulet afirmou que o alarme da galeria havia apresentado defeito recentemente: "Temos que esperar a investigação para saber se o alarme estava desativado", disse. Ele considerou que, se as joias forem fragmentas, elas serão "usadas em um esquema de lavagem de dinheiro". "Não acredito que estamos lidando com amadores. Trata-se de uma quadrilha organizada e eles não têm qualquer moral. Não apreciam as joias como peças históricas, apenas como uma forma de lavar seu dinheiro sujo."

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/20/se-nao-pegarem-os-ladroes-nas-proximas-48h-as-joias-provavelmente-desaparecerao-a-corrida-contra-o-tempo-pelas-pecas-roubadas-no-louvre.ghtml


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