China e EUA anunciam negociações comerciais na Malásia
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Guerra tarifária entre EUA e China faz crescer interesse chinês pela soja do Brasil
A China anunciou nesta quinta-feira (23) que iniciará nos próximos dias uma nova rodada de negociações comerciais com os Estados Unidos na Malásia, após uma nova escalada tarifária entre as duas maiores economias mundiais.
"Segundo o que foi acordado pela China e pelos Estados Unidos, (...) o vice-primeiro-ministro He Lifeng liderará uma delegação na Malásia de 24 a 27 de outubro e participará de negociações econômicas e comerciais com os Estados Unidos", informou o Ministério do Comércio chinês em comunicado.
A Malásia receberá a partir de domingo (26) a reunião de cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que terá a presença do presidente americano, Donald Trump.
Segundo o ministério chinês, as negociações na Malásia abordarão "questões importantes relacionadas com as relações econômicas e comerciais entre China e Estados Unidos".
Trump diz acreditar em acordo comercial com a China
Nesta quarta-feira (22), Trump afirmou que espera firmar um acordo comercial com o presidente chinês Xi Jinping e que pretende abordar as compras chinesas de petróleo russo durante o encontro entre os dois na Coreia do Sul, na próxima semana.
“Acho que vamos fechar um acordo”, disse Trump a repórteres em reunião com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte. O republicano também declarou esperar algum entendimento com a China para retomar as compras de soja dos EUA.
Após vários meses de trégua, China e Estados Unidos voltaram a travar uma nova batalha comercial este mês, depois que Pequim anunciou um controle maior sobre as exportações de terras raras e tecnologias relacionadas.
Trump respondeu com a ameaça de impor tarifas adicionais de 100% sobre todas as importações da China e cancelar um encontro com seu homólogo Xi Jinping.
China lança novo plano quinquenal
A liderança do Partido Comunista da China anunciou nesta quinta-feira que vai priorizar a construção de um sistema industrial moderno e acelerar a autossuficiência tecnológica, buscando reduzir a dependência de exportações e fortalecer o país na disputa com os Estados Unidos.
O plano faz parte das diretrizes econômicas para os próximos cinco anos, definidas em uma plenária que também promoveu a maior troca de cargos desde 2017, em meio a um combate à corrupção militar.
O comunicado oficial destacou a manufatura avançada e a inovação científica como eixos centrais do desenvolvimento, deixando em segundo plano medidas de estímulo ao consumo interno — ainda fraco diante da desaceleração econômica e da queda nos investimentos.
Pequim prometeu também melhorar o bem-estar social, mas sem detalhar fontes de financiamento.
Analistas apontam que o foco continua no lado da oferta, com investimentos em indústria e tecnologia, enquanto o consumo das famílias segue abaixo da média global.
*Com informações da agência France-Presse e Reuters
Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim
Tingshu Wang/Reuters